quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A vitória diante do juiz

Em um ano de espera até a audiência, eu tinha conseguido juntar aproximadamente 50 emails de pessoas que foram enganadas relatando sua estória e como foram enganadas. Algumas pelo curso de inglês, outras pelo curso de informática. Algumas tinham acabado de assinar o contrato, outras que já estavam bastante tempo na luta e ainda poucas que tinham ido até o final e conseguido ganhar a causa. Pessoas de todas as regiões do país. Após esse período pude perceber também algumas irregularidades por parte da empresa. Descobri que a empresa na verdade não é uma prestadora de serviços e sim uma vendedora de livros. No meu caso a empresa chama-se "Consolação Comércio de Livros S.A.", podendo variar o primeiro nome conforme a região. A empresa não te devolve o contrato que você assina, até hoje tenho apenas o xerox do contrato com os valores. A empresa realiza uma venda casada dos livros com o curso o que por lei é proibido. A empresa cobra uma taxa abusiva de jurus e no valor de rescisão do contrato. A empresa não te dá nota fiscal dos livros. A estória da UMES é falsa, gente de dentro da escola faz se passar por funcionários da UMES. A empresa não tem certificado do MEC. Com essas questões e provas em mãos, contratei um advogado (no Tribunal você pode conseguir um de graça) e discutimos. Fomos à audiência. Sentamos eu e meu advogado de um lado da mesa, a dona da empresa e sua advogada do outro lado, e a juíza na cabeceira. A juíza perguntou qual era o acordo. A empresa falou que era para eu pagar a multa no valor de aproximadamente R$500 referentes aos 15% do valor do curso e dos livros alegando que eu havia cursado uma parte do curso. A juíza respondeu: "Essa é mais velha que minha avó, heim doutora. E ainda apelaram sujando o nome do rapaz...". Perguntou se eu aceitava. Claro que respondi que não. Em uma parte da ação eu pedia de volta o valor pago indevidamente pelo livro que daria aproximadamente R$120. A empresa não aceitou pagar e a juíza aceitou a decisão da empresa. No final eu não paguei nada à empresa para rescindir o contrato e a empresa também não me pagou nada, mas acho que ainda saí no lucro. No final a juíza perguntou à dona da empresa quantas franquias eles tinham, ela respondeu: "Uma em cada bairro de São Paulo e iremos abrir mais 100 logo mais". A juíza respondeu: "Pelo amor de Deus, então teremos que abrir mais Tribunais de pequenas causas só para atender vocês". Ou seja, os juízes já conhecem a empresa e reconhecem que estão agindo de má fé. Não tenha medo da Microcamp, se você se sentiu lesado vá a um Tribunal de pequenas causas e exija o seu direito. Não vamos deixar empresas como esta ganhar em cima de trabalhadores honestos. Vamos à luta!

Um comentário:

  1. Bruno, meu nome é Amanda estou em uma situação parecida queria sua ajuda entre em contato comigo por e-mail amanda.felix91@gmail.com, por favor.

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